segunda-feira, 14 de março de 2011

Cadê Meu Júlio?


Hoje tirei o dia pra falar de alguém muito especial pra mim, Júlio Cezar da Costa Feitosa, esse ai do lado. Nos conhecemos em 2007, num cursinho preparatório para o IF. Lembro que no primeiro dia de aula um menino levantou da cadeira e quando ia se sentar, Júlio, que estava sentado exatamente atrás dele, puxou a cadeira e ele caiu (o nome dele era Mateus, era um dos mais novinhos, era o bebê de Ladyanny “Nanda” e meu tbm...), foi horrível... Nos falamos logo nos primeiros dias de aula, não lembro bem como foi, só sei que eu, ele e Ladyanny viramos um dos trios mais falados pelo professor de português do cursinho, éramos muito amigos. Minha amizade com Júlio era meio estranha pelo fato de a gente só se ver no cursinho, acho que liguei pra casa dele umas duas vezes, mas não passava disso; bem, não preciso falar o quanto isso me deixava chateada, mas também não reclamava muito, só as vezes...

A gente passou meses perfeitos, eu amava muito ele pra não chorar sempre que lembrava que o cursinho estava acabando e que tudo ia mudar. Foram semanas de angustia e choro, eu tinha comigo essa certeza por mais que ele dissesse que não, ele às vezes parecia não ligar muito, dizia que era besteira, mas no fundo eu sabia que não era e estava certa. Tentei ficar o mais perto que pude dele, aproveitar e guardar cada segundo. No ultimo dia do cursinho, um dia antes da ultima prova, no auditório do IF, passei um tempão no colo dele chorando, eu estava me sentindo perdida, era como se depois dali ele tivesse ficado com um pedaço de mim, acho que realmente ficou... Mas que ficasse com tudo de mim! Mas que ficasse lá, comigo! Depois que entramos no IF eu vi que não tinha volta, que eu só pudia aceitar os fatos. Eu acho que eu fui tão chata pra ele, ficava caçando ele na escola, chorando, pedindo a atenção dele, mas ele já tinha coisa melhor pra fazer. E foi gelando cada dia mais... Chegou um tempo que ele nem falava quando me via, o fato de ser só mais uma colega pra ele acabava comigo, sabendo que pra mim ele representa tanto. Eu nem sei como o que eu sinto por ele sobreviveu, não foi nem de migalhas, foi de lembranças... Porque ele não me deu nada além de alguns “oi” apressados nos corredores.

Depois de 4 anos estamos estudando na mesma sala de novo, quando o vi na sala de aula fiquei boba, comecei a lembrar de todos os dias em que eu sentava atrás dele do lado esquerdo da sala do cursinho, nem muito na frente, nem muito atrás... Eu não parei de olhar pra ele a aula inteira, no final da aula ainda falei com ele, e adivinha? Nada tinha mudado, tava tudo igual, ele só fez concordar com o que eu falei e acabou. Eu fiquei tão triste, pior do que eu já estava... Desde então, estou feito uma idiota, querendo meu melhor amigo de volta, mas eu sei que não vou ter.

Que deprimente, desculpem-me por tomar o seu tempo com bobagens minhas.
depois que eu me acalmar e botar a cabeça no lugar, vou falar da tragédia no Japão, eu estou acompanhando, mas não toh bem pra escrever sobre o assunto agora.